Posted por em 24 nov 2016

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido no Centro Espírita Paulo de Tarso, em 24-11-2016

Áudio do estudo (mp3) – Convivência Sagrada

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O relacionamento entre as pessoas é algo extremamente complexo. Estão envolvidos muitos fatores que interpõem obstáculos para uma fluência melhor nas trocas de emoções, na exposição de interesses, mesmo daqueles que não estão diretamente envolvidos.

Esses obstáculos podem se originar de vivências anteriores que, por trazerem uma carga de experiências negativas, limitam nossa capacidade de oferecer a outrem o nosso amor, compreensão.

Em outros momentos, pode ser pelo receio de sermos criticados, de vermos frustradas tentativas de aproximação e, por isso, na maioria das vezes não nos damos oportunidades que poderiam resultar em ricos momentos de evolução e crescimento pessoal.

Inúmeras são as vezes em que, antecedendo uma abordagem de nosso interesse, apresentamos a nós mesmos prováveis problemas a surgirem, criando uma barreira sem nos permitir, sequer, a oportunidade da tentativa.

Somos seres que vivem em sociedade. Não temos vocação para uma vida solitária, à exceção de poucos. Temos de trocar emoções, não necessariamente por contato físico, pois o olhar é expressivo o bastante para transmitir toda uma carga de emoção, de carinho; as palavras carregam uma força de comunicação importantíssima.

Precisamos aprender a utilizar todo o nosso potencial de expressão, trabalhando nossos limites, medos e, principalmente, nossa excessiva exigência com nossos próprios padrões de comportamento, que impedem a naturalidade na forma de nos expormos perante o mundo, até de fazê-lo em sua forma mais simples.

Além de aprender a melhorar nossas atitudes, com relação aos limites que formos incorporando no decorrer de nossas experiências com o outro, seria muito bom que pudéssemos estar atentos à possibilidade de também estarmos sendo geradores de limites, medos e obstáculos em outras pessoas.

Assim, seria excelente colocarmo-nos na condição de observadores, buscando sempre oferecer aos outros o que de melhor temos em nosso interior, abrindo canais cada vez maiores de comunicação, fazendo fluir nossa emoção de forma cada vez mais edificante para nosso desenvolvimento pessoal e do grupo a que pertencemos.

Precisamos conhecer melhor a nossa lente de observações do mundo, pessoas, circunstâncias e conscientizarmo-nos da necessidade de perceber melhor o que fazemos, sentimos e pensamos, pois com o nosso modo de viver interferimos em tudo o que nos cerca (sejam outras pessoas, animais, plantas, matéria inanimada). Nossas ações, pensamentos, palavras, emoções não só podem ajudar como também desajustar, dependendo do padrão vibratório que emitimos ao nosso redor – diz-nos a ciência ser esta ambientação todo o Universo ou Multiverso, considerando que tudo está interligado por uma rede de energia a que, no Espiritismo, damos o nome de Fluido Cósmico Universal.

Identificarmos sermos responsáveis pelo nosso bem estar, pela nossa saúde e processo evolutivo, como somos também responsáveis por tudo o que nos rodeia, na proporção direta de nosso próprio cometimento.

Um pequeno pensamento, uma ideia que se mostra interessante, em decorrência procedemos a conjecturas, elaboramos ações… a partir de então, essas ações como que tomam vida e estaremos disponibilizando nossas ideias àqueles que têm sensibilidade para percebê-las, seja no plano físico da vida, seja um espírito no plano invisível.

Compartilhamos, a todo o momento, informações, ideias, conhecimento e, muitas vezes, não temos percepção de o estarmos fazendo. Somos agentes constantes. Devemos considerar então: que tipo de agente temos sido? Somos praticantes de boas causas; buscamos a nossa reforma moral; temos como meta o aprimoramento nas relações sociais; visamos a transformação, para melhor, do meio em que vivemos?

São perguntas que nos devemos fazer e almejarmos alcançar, dentro do nosso possível, respostas afirmativas para todas elas.

A dinâmica do aprender, fazer e transformar é determinante da nossa evolução espiritual, principalmente se envolvidos pela energia do amor, conjugada à fé em realizar.

Em procedendo assim, encontraremos a alegria em viver, a satisfação em ser útil através da caridade em sua mais forte expressão.

Convivemos diariamente com a diversidade, seja de raça, de credos, de escolhas de diferentes caminhos para o exercício do viver, até mesmo de concepções artísticas. Somos muito apegados a formas de ver, de sentir, de crer, de olhar e muitas vezes não nos permitimos ampliar nossos horizontes.

Sejamos solidários, companheiros e fraternos para que possamos alcançar nossos objetivos de forma plena, pois isso só dar-se-á se estivermos juntos, compartilhando o que conseguimos amealhar no caminhar solitário.

Creio que podemos transformar este caminhar solitário em solidário e promovermos juntos a transformação individual e, por decorrência, a transformação coletiva, quiçá planetária.

Pode ser um sonho, mas os sonhos existem para serem realizados.

Diz-nos Emmanuel em o livro Vinha de luz, por Chico Xavier):

 “Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.” (Emmanuel, do livro Vinha de Luz, por Chico Xavier)

Quando salientamos a diversidade de forma negativa, intensificamos nosso preconceito e exacerbamos nossas ações sectaristas.

No entanto, quando buscamos, no outro, características positivas e as tornamos evidentes aos demais, além de fortalecermos nas pessoas a vontade de continuar agindo de forma positiva, também abrimos a oportunidade para que outros possam passar a vê-lo de forma diferente a partir daquele momento. Ampliamos o raio de ação da gentileza e da bondade à nossa volta.

Por vezes pensamos já termos alcançado a indulgência, a tolerância, em nossas vidas, para com nós mesmos e para com os demais. No entanto, precisamos prestar atenção ao que realmente poderá estar ocorrendo no íntimo do nosso Ser. Estamos sendo indulgentes ou estamos agindo de forma a parecer sermos indulgentes? Podemos até expressarmo-nos de forma tolerante quando conversamos ou expomos alguma opinião mas, interiormente, continuamos com um olhar preconceituoso, traçando várias reflexões que ainda condizem com nossa recusa em aceitar as diferenças? É a intolerância que se mantém camuflada dentro de nós.

Se assim for, ainda há muito o que fazer na busca pelo autoconhecimento. Procurar entender o que realmente está ocorrendo em nós; o que de fato já tenhamos alcançado em nossa autotransformação. Precisamos ser honestos com nós mesmos, desenvolver um olhar mais consciente e crítico sobre nosso verdadeiro Ser; abandonarmos as máscaras e olharmo-nos de frente, com rigor, mas também com bondade e retidão de propósitos.

Ao tempo que sejamos críticos, também tenhamos um olhar tolerante, gentil, bondoso. É o deixar emergir da profundeza da Alma todos os nossos deslizes, imperfeições, e sermos indulgentes, pois a bondade proporciona a oportunidade de olharmos para nós mesmos sem medo, sem culpa, sem mágoa. Sendo gentis e tolerantes, nós nos permitimos o olhar profundo.

Reconhecendo nossas imperfeições, com bondade e tolerância, não haverá obstáculos a transpor para o reconhecimento e o arrependimento. São os primeiros passos para um processo evolutivo eficaz.

Finalizando nossas reflexões perguntamos: Quem somos nós, eu, você, nossos amigos, vizinhos, familiares?

Eu sou um espírito que vive aqui e agora  – uma personalidade – , com nome, um corpo físico que me identifica para relações de trabalho, de relacionamentos sociais e de realizações e conquistas intelectuais, espirituais e até mesmo materiais .

Já passamos por personalidades diferentes das que hoje nos identificam.

Estamos nesta jornada terrena não pela primeira vez, certamente inúmeras vezes tivemos oportunidades as mais distintas e abrigados por uma matéria que nos deu forma física para sermos reconhecidos e mantermos uma convivência de experiências e aprendizados.

O Eu espírito abriga conhecimentos e experiências que nos fortalecem e proporcionam nosso caminhar mais firme e seguro, com mais definições do que pretendemos e do como podemos realizar. Abre-se um caminho de alternativas a partir do nosso conhecimento e da nossa capacidade de escolha. E se conquistamos mais equilíbrio e bom senso, temos maiores condições de atingir sucesso nas nossas escolhas e realizações.

Diante dessas reflexões, como poderíamos nos perceber como seres espirituais convivendo em um Universo?

Seríamos espíritos independentes, sem vínculos permanentes uns com os outros? Ou experienciamos outras vidas, por vezes encontrando-nos, relacionando-nos, com vínculos afetivos, vínculos familiares consanguíneos?

Creio que somos, sim, espíritos interdependentes que por vezes se encontram e se relacionam em experiências físicas.

Não obstante nem sempre  venhamos a nos encontrar em alguma vivência corporal, fazemos parte de uma grande família – a Família Universal.

Somos todos irmãos, já que somos filhos do mesmo Pai – o Criador.

Convivência do trabalho

Nossas relações deverão ser pautadas na responsabilidade, princípios éticos e morais.

Não deveremos basear nossas atitudes em interesses pessoais ou casuísticos, pensando na obtenção de favores e vantagens na área profissional.

Os princípios evangélicos trazidos pelo Mestre de Amor não dispõem exceções, seus fundamentos estão nas Leis Divinas que, sabemos muito bem, estão inscritas em nossa Consciência.

Não devemos nos enganar, cobrindo os olhos a esta verdade de vital importância, crendo que há justificativas para atitudes menos nobres.

À medida que nos afastamos das Leis divinas, também afastamo-nos de Deus. Em decorrência, perdemos oportunidades para o alcançar metas por certo propostas quando de nossa reencarnação.

Como está no texto “No trabalho”, em o livro Conduta Espírita, André Luiz, por Waldo Vieira:

“Quem engana a própria fé, perde a si mesmo.”

André Luiz alerta-nos ainda:

“Jamais prevalecer-se das possibilidades de que disponha no movimento espírita para favoritismos e vantagens na esfera profissional.”

Convivência na sociedade

Além das considerações já expostas no início dessas reflexões, vale observar o que André Luiz diz, também na obra Conduta Espírita, no texto Na Sociedade:

“Atender aos supostos felizes ou infelizes, cultos e incultos, com respeito e bondade, distinção e cortesia.

A condição social é apenas apresentação passageira e todos os papéis são permutáveis na sucessão das existências.”

“Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.”Paulo (Rm 14:19)

Convivência nos embates políticos

Trazendo à reflexão palavras de André Luiz, também em o livro Conduta Espírita, no texto Nos embates políticos:

“Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.”

“Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência  individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.

O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.”

“Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.

Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.”

“Impedir palestrar e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.

A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.”

Observemos nossas ações e procuremos identificar as que promovem ou poderão promover o melhor para a sociedade em que estamos inseridos. Procuremos identificar também as que, no passado remoto e ou mais recente, são nitidamente dirigidas para que se mantenha uma realidade de manutenção de um poder que não quer abrir mão do seu domínio e muito menos disponibilizar conquistas sociais, tecnológicas e políticas.

A decisão é pessoal e deve ser resultado de uma reflexão séria, consciente, equilibrada, sustentada no conhecimento, em informações fidedignas, para que se alcance um resultado que verdadeiramente corresponda ao que cada um entenda ser o melhor.

Decisões implica em responsabilidade, obrigações e resultados.

Quando tomarmos decisões, sejam envolvendo aspectos pessoais,  familiares ou sociais, estejamos prontos a assumir a responsabilidade, cumprir as obrigações dali resultantes e administrar as consequências delas decorrentes.

Sejamos autênticos, conscientes, responsáveis, justos, coerentes, imbuídos de bom senso e vontade de acertar, não só em favor de nós mesmos, de interesses pessoais, mas principalmente em favor de uma sociedade mais justa onde o direito prevaleça para todos, independente de classe social, econômica e cultural.

Em o livro Aprender com o Mestre – Sobre o Amor, Bookess Editora

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Autotransformação

Olhar: prestar atenção à forma como nos apresentamos perante a vida. Como está o nosso comportamento; como nos relacionamos com nossos companheiros de jornada; como temos sido diante dos revezes da vida. Temos demonstrado respeito, tolerância, compreensão, compaixão… ou temos sido irascíveis, egoístas?

Vigiar: mantermo-nos sob controle todo o tempo. Identificarmos, em nossas atitudes, pensamentos desalinhados com os ensinamentos do Mestre. Precisamos ficar em atitude de vigília e submetermos nossa consciência à autocrítica, buscando o bem proceder, todo o tempo, a cada pensamento, a cada ação.

Orar: fazer contato com o Plano Superior da vida. Estar receptivo, continuamente, às intuições e orientações que certamente irão nos conduzir a um bom caminho, à luz do Evangelho do Mestre. Sermos balizadores do nosso proceder e absorvermos as energias revitalizantes a nós proporcionadas pela entrega incondicional ao amor, à sabedoria e à luz.

Em o livro Reflexões da Alma II, Elda Evelina, Bookess Editora

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