Posted por em 15 jul 2016

Decors-EvangeEstudo oferecido no GFEIE Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão,  15-07-2016

Folheto distribuído ao público (PDF) – Verdadeira Propriedade-folheto

Áudio do estudo (mp3) – Que trazes contigo? / Verdadeira propriedade

link para vídeo com o texto apresentado no inícioyoutu.be/PqdoWgdYf5sSeparador-Evange

Temos, ao longo da nossa jornada, muitas oportunidades de colher bênçãos sob as mais variadas formas e conceitos. Seja no agregar conhecimento, afeições, ou mesmo bens materiais.

Pode ser que você pergunte nesse momento: Como reconhecer bens materiais como bênçãos?

Tudo que conseguimos acolher em nossas vidas são oportunidades abençoadas, pois são instrumentos de aperfeiçoamento e de trabalho no bem próprio e no daqueles com quem convivemos.

A grande questão é: nós temos consciência disso; nós utilizamos esses bens (emoções, aprendizado, valores materiais ou morais) no aperfeiçoamento próprio e no daqueles com quem partilhamos esse momento na eternidade?

O amealhar esses bens é um processo delicado e muito importante. Ao longo dessa jornada terrena buscamos cada vez mais o Ter, sob de que forma for, e não refletimos sobre a razão pela qual oportunidades nos surgem para propiciar condições de coletar aprendizados, amizades e valores.

Pensamos que a vida nos proporciona o Ter para tão-somente usufruirmos e nos deleitarmos com prazer físico e emocional. É uma visão estreita e de curto prazo. Não há como manter esse estado de alma por toda a eternidade!

Disse certa vez Mahatma Gandhi: “Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã.”

Na maior parte das vezes aprendemos e vivemos como se fôssemos viver para sempre. Algumas pessoas aprendem e vivem sem nem pensar no que virá a ser a própria vida. Simplesmente prosseguem, um dia após o outro, sem refletir sobre o que estão fazendo, bastando a elas somente o usufruir, buscando o ter mais e mais.

Há também pessoas que acreditam que o Ter não é saudável e sim um instrumento de desvio moral no oportunizar levar por caminhos de prazer físico e conquistas materiais.

Enfim, é um assunto complexo e requer muita reflexão para compreendermos o quanto esse processo se insere no contexto desse caminhar evolutivo e na justiça de Deus em nossas vidas.

Jesus, em passagem expressa nos Evangelhos de Mateus 19:16-24, Marcos 10:17-25 e Lucas 18:18-25, conta-nos sobre o jovem que pergunta como deveria proceder para alcançar a vida eterna. Responde o Mestre que ele deveria guardar os mandamentos. O jovem afirma já cumprir os mandamentos. Jesus então acrescenta que ele, para ser perfeito, deveria vender tudo o que tinha e partilhar o valor auferido com os pobres. Depois, então, seguir o Mestre. O jovem não se sentiu em condições de agir assim e se foi, entristecido.

Há muitas interpretações sobre essa passagem, uma delas a de que não deveríamos manter bens materiais conosco e sim levarmos uma vida de pobreza, de penúria. Até mesmo há quem condene as pessoas que têm oportunidades de conquistar bens materiais, como se não cumprissem os conselhos oferecidos pelo Mestre.

Vale a pena refletir sobre isso.

Quando em nossas vidas alcançamos a condição de, por fruto do nosso trabalho digno e esforço próprio, amealhar bens materiais, conhecimento, afeições saudáveis, devemos ter o olhar de as oportunidades serem talentos que Deus nos oferece e que devemos multiplicá-los em favor da evolução do nosso espírito, bem como do daqueles com quem trilhamos nessa jornada terrena.

Coisa alguma que Deus nos proporciona pode ser visto como objeto de condenação ou de prejuízo para nosso processo evolutivo. A questão é: o que fazemos com os talentos que recebemos; qual a atitude que temos no conquistar e no utilizar o que conquistamos?

Podemos interpretar a passagem em que Jesus aconselha o jovem a vender tudo o que tinha, e partilhar o resultado com os pobres, como uma forma de aquele jovem perceber o quanto estava ou não desprendido de seus bens, ou o quanto estava sob o jugo do Ter, com seu apego; o nível de aprisionamento em que se encontrava com relação ao que imaginava possuir. Na verdade, não possuímos o que detemos, simplesmente foi-nos delegado por empréstimo, como instrumento de aprendizado e crescimento espiritual. Essa é a verdade.

Aquele que vê sua riqueza material como algo que deve preservar a qualquer custo é um prisioneiro, um escravo desse sentimento.

No entanto, aquele que reconhece nos bens que detém, nessa jornada terrena, tão-só uma condição que oportuniza ser um instrumento do bem; um propulsor consciente do crescimento da sociedade em que está inserido; um multiplicador de talentos; este sim encontrou seu caminho de libertação.

Sob o olhar do processo da evolução do espírito podemos dizer que o escravo dos bens materiais é alguém que se intoxica de orgulho, tem enrijecidos seus sentimentos, não encontrou ainda o caminho da compaixão e da caridade. Vive para si mesmo sem perceber a existência do outro e do intercâmbio necessário entre os seres para o encontro da sua própria essência.

Ao contrário, aquele que tem consciência da importância do compartilhar; do perceber a importância do convívio e do aprendizado que as trocas de experiências proporcionam; do reconhecer no outro seu companheiro de jornada a quem deve oferecer as mesmas oportunidades que conquistou, para também alcançar novas oportunidades para sua própria evolução, este é um ser livre das amarras do orgulho; valoriza seus sentimentos, suas emoções; é um Ser compassivo e caridoso, no sentido mais essencial.

 “Precisamos estar mais atentos no nosso dia-a-dia.  A todo momento encontramos amigos de jornada em desequilíbrio e desesperança e nada custa acolhê-los em nosso colo espiritual e fazê-los sentir que existem pessoas que os ama e compreendem e querem oferecer seu ombro amigo e fraterno.

O que nos custa um sorriso acolhedor, uma palavra de conforto e esperança, um aperto de mãos, um abraço caloroso e reconfortante, um sopro de vida a energizar o seu corpo e alma? Podemos oferecer um pouco de nós mesmos para o reerguimento de alguém que sofre e desespera.

Caso não estejamos próximos, que tal uma prece, uma doação à distância, um telefonema, uma carta, um recado amigo? Será que é tão difícil para nós fazermo-nos presentes em horas difíceis, quando mais se apresentam necessárias as provas do nosso carinho, do nosso afeto?

Lembrem-se, irmãos, mantenham-se presentes seja como e onde for. Uma presença amiga, uma palavra de carinho, de afeto, pode mudar totalmente a direção que possam estar tomando as vidas de vários companheiros de jornada.

Sejamos cristãos verdadeiramente sendo trabalhadores afinados com o Evangelho…” (Jafeh de Nephertah, por Elda Evelina) (1)

“Dedicamos boa parte de nossas vidas na busca pela felicidade e pouco percebemos que a felicidade está em ser livre das amarras do orgulho, do egoísmo, do apego.

O alcançar a vida eterna, estar verdadeiramente com o Mestre, é encontrar essa liberdade, despojar-se do que nos aprisiona aos anseios materiais. Encontrar a verdade em nossas vidas.

Disse-nos o Mestre certa vez: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8:32), como também, referindo-se ao Pai: “tua palavra é a verdade.” (João 17:17)

Precisamos buscar a verdade em nossas vidas; partilhar nossas conquistas, sejam materiais, emocionais, intelectuais, morais ou espirituais. Fórmula para encontrar a nossa libertação e condição de vida eterna com Cristo.” do livro “Mensagens – Livro III”, Elda Evelina, Bookess Editora

(1)Do livro Evangelho é Amor II – Reflexões, Elda Evelina, Bookess EditoraSeparador-Evange

Reflexão sobre o “Ter e reter”, contida no texto “Ter e ser”, do livro Reflexões Evangélicas II, Bookess Editora

“Aquele que mantém esse sentimento de posse – ter e reter – sente um vazio interior, pois que não se satisfaz em momento algum. Sente a necessidade de ter mais e mais, em uma busca incessante e interminável. Além desse vazio, mantém-se em preocupações de aflição pela possibilidade de perder tudo aquilo que conseguiu amealhar – sua base de apoio para continuar sentindo-se firme e seguro.

Em contrapartida, o Ser consciente é aquele que alcançou a capacidade de encontrar a felicidade – autoamor desdobrado em bondade, compaixão, ação em benefício do próximo. Não há conflitos, pois esses cedem lugar a realizações expressivas e libertadoras.

É o amadurecimento psicológico. Proporciona ao indivíduo o crescimento emocional e espiritual. Ele passa a reconhecer suas limitações e procura seu caminho de evolução na excelência da Vida, que conquista com seu empenho, determinação e vontade.

Aquele sentimento que prevalecia no Ser imaturo e individualista, de que falamos antes, transforma-se, cede lugar ao amor em direção àqueles com quem partilha sua existência. Empenha-se em trabalhar pela elevação da sociedade de que faz parte, buscando torná-la feliz.”   Elda Evelina Vieira

Parte do texto “Ter e ser” do livro “Reflexões Evangélicas II”, Bookess Editora

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