Posted por em 27 jun 2016

Decors-Evange

Estudo oferecido no Grupo Fraternidade Cícero Pereira, em 16 de agosto de 2016

Áudio (m3) – Diversidade – Bem-aventuranças

Separador-Evange

 Estudo oferecido no GEAEF – Grupo Educacional Assistencial Espírita Fraternidade, em 28 de junho de 2016

 Áudio (mp3) – Diversidade

Separador-Evange

Em grande parte das vezes a palavra diversidade remete-nos à lembrança de atitudes intolerantes, preconceitos pelas diferenças religiosas, sociais e políticas. Temos vivido momentos em que essas intolerâncias têm se mostrado por comportamentos irascíveis, violentos, até mesmo em família e reuniões de amigos.

Esse tipo de atitude decorre da ignorância, da ausência de disposição em procurar conhecer as razões do outro que o levaram a pensar da forma como pensa, em crer naquilo que escolheu como caminho religioso ou filosófico, em buscar associações afetivas que divergem de nossas crenças. É também decorrente do nosso orgulho em acharmo-nos donos da verdade e detentores de maior capacidade intelectiva e cultural.

O mundo, como o conhecemos hoje, está repleto de seres que aprenderam, ao longo de suas vidas, a ver o que lhes acontece como: ou é bom ou é mal; ou é certo ou é errado; ou é bonito ou é feio. Uma posição tão radical que não lhes permite conceber haver outra maneira de perceber o que os cerca. É uma forma muito simplista de observar o mundo e o que nele há.

Muitos de nós ainda não estão preparados para a convivência com a diversidade, seja de raça, de credos, de escolhas de diferentes caminhos para o exercício do viver, até mesmo de concepções artísticas. Somos muito apegados a formas de ver, de sentir, de crer, de olhar e não nos permitimos ampliar nossos horizontes.

A Natureza se mostra de maneira exuberante, multicolorida, com várias nuances de tons e com formas as mais variadas e expressivas. Uma riqueza de detalhes que dificilmente conseguiremos abarcar com a nossa limitada capacidade de percepção.

Nós vemos essa Natureza de acordo com os nossos valores intelectuais e emocionais. Quanto mais conhecemos o que nos cerca, quanto mais ampliamos nossa condição de observadores, quanto mais aprendemos sobre as leis que regem os seres e os mundos, mais rica se torna para nós a Natureza com tudo que nela há. Ampliamos nossos horizontes e importante se torna buscar novos aprendizados, novos conhecimentos e mais felizes somos.

Não “vemos” só com os olhos, também com os ouvidos, com o olfato, com a sensibilidade, os sentimentos, as emoções, o tato, nossos condicionamentos, memórias, conceitos e conhecimentos.

Quanto mais conhecimento, memórias, sentimentos, melhor e mais aguçado torna-se nosso olhar para perceber e encantar-se pela a vida, as diversidades, a amplitude e profundidade de tudo o que nos cerca.

Quando nos mantemos limitados ao “isso ou aquilo”, ao preto ou branco, ao bem ou mal, ao certo ou errado, o mundo é cinza, sem cor, sem beleza, sem graça, e nós, como seres desse mundo, também nos sentimos cinza, sem graça, sem beleza. Ficamos fechados em nós mesmos a nos expressarmos de maneira intransigente, sem flexibilidade para acolher alternativas outras que estão à nossa frente, nosso olhar não permite que sejam observadas e acolhidas em nossos corações.

No entanto, a partir do momento em que nos permitimos observar ao nosso redor com o olhar de quem quer ver melhor, de quem quer tentar sentir o mundo e a Natureza em toda a sua exuberância e multiplicidade de formas e cores, nós tiramos o “véu” cinza que encobre tudo e sentimos um prazer imenso na descoberta da exuberância e da beleza.

Descobrimos que a Natureza continua a mesma, o mundo continua igual, a grande mudança foi simplesmente o nosso olhar e o nosso sentir, ocorreu no nosso íntimo, na Alma.

Podemos identificar, em todas as situações da existência planetária, que há uma diversidade muito grande de culturas, costumes, expressões religiosas, atividades artísticas, aspectos morais e éticos, enfim, convivência de seres em seus mais diferentes níveis de conhecimento e evolução.

Passamos por tantas Eras percebendo o diverso como algo que deveria ser alijado de nossas vidas, ou simplesmente colocado à margem.

Creio que chega o tempo de quebrarmos os nossos conceitos embrutecidos, cristalizados, petrificados, e refletirmos sobre essa realidade tão explícita à nossa volta. Deparamo-nos com comportamentos que nos incomodam e percebemos o quanto ainda temos a aprender e evoluir espiritualmente.

Somos Seres de uma mesma origem, transitando por este Planeta em busca de nossa elevação intelectual, moral e espiritual.

Esta busca deve se fazer em cada um de nós, de todos nós.

A diversidade é que permite o intercâmbio de diferentes experiências, aprendizados, emoções em suas diversas formas de expressão, enriquece nossa existência trazendo mais exuberância à vida.

É a consciência sobre a beleza da diversidade que oportuniza as grandes transformações, pois promovem em nós a possibilidade da reflexão, mesmo se ainda distorcida, pois começamos o processo da identificação da sua beleza. A partir de então, resta a nós sabermos como nos portar diante dessa realidade percebida e trabalhada pelo nosso intelecto – conscientizada.

É verdade que esse exercício requer esforço, determinação, paciência, perseverança, tempo. Não devemos ter isso como dificuldade a ser vencida. O buscar a iluminação da mente deverá ser um exercício de amor, por nós mesmos e pelo companheiro de jornada… pela própria vida.

Afinal de contas, estamos experienciando esta jornada juntos para buscarmos de forma solidária nosso processo evolutivo. O viver é compartilhar, é exercitar a troca, mais do que isso, é o exercício dos resgates, das provas, das reparações a que se refere os ensinamentos doutrinários do Espiritismo.

Não é por acaso que a vida nos oportuniza a convivência com a diversidade. Temos sempre algo a aprender com tudo o que difere do nosso modo de viver, pensar, acreditar, realizar. Aprendemos o que ainda não sabemos e, com isso, podemos promover melhor as atividades a nosso encargo, pois acrescentamos alternativas de realização e desenvolvemos melhor o nosso caminhar evolutivo.

Sejamos solidários, companheiros e fraternos para que possamos alcançar nossos objetivos de forma plena, pois isso só dar-se-á se estivermos juntos, compartilhando o que conseguimos amealhar no caminhar solitário.

Creio que podemos transformar este caminhar solitário em solidário e promovermos juntos a transformação individual e, por decorrência, a transformação coletiva, quiçá planetária.

Pode ser um sonho, mas os sonhos existem para serem realizados.

 “Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.” (Emmanuel, do livro Vinha de Luz, por Chico Xavier)

No livro Evangelho é Amor II, Elda Evelina, Bookess Editora

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“Há os que querem se sentir puros, únicos em seu modo de ser, mas não percebem a beleza em ter em seu ser a diversidade e, ainda assim, serem únicos em seu próprio modo de ser.

É muito mais prazeroso ser uma multidão de valores e características do que ser só, na expressão da sua beleza.

A diversidade pode expressar várias faces do belo e sensibilizar mais, por tocar de forma especial uma grande diversidade de corações.”

Do livro Reflexões da Alma, Elda Evelina, Bookess Editora

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