Posted por em 9 fev 2016

capa1-imgdestacada-siteEstudo oferecido no Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, Sede do Paranoá, em 7 de fevereiro de 2016

Separador-Evange

Em o livro “Jesus no Lar” (1), encontramos uma interessante história que nos leva a reflexões importantes sobre o nosso proceder em relação às pessoas com quem vivemos.

Aqui uma panorâmica simples sobre a história:

Um homem de interesses elevados, buscou seu recolhimento em uma floresta e abrigo em uma gruta isolada.

Pessoas de um vilarejo vizinho, tendo ele como santo, procuravam-no para pedir conselhos e orientações visando tomada de decisões em suas vidas.

Se um comerciante perguntava-lhe sobre algum plano comercial, o homem ponderava, escandalizado, que seria um erro, pois representaria sede de lucro e ambição criminosa.

Quando um jovem pedia opinião sobre o casamento, o eremita dizia-lhe que seria submeter o seu espírito aos desejos da carne.

Se era o caso de alguém perguntar-lhe sobre um elevado cargo em administração pública, o homem, considerado santo por aquela coletividade, aconselhava-o a afastar-se da paixão pelo poder, por ser vaidade e expressão de orgulho.

Mesmo quando procurado para opinar sobre alguma festividade de encontro fraterno, o eremita mostrava-se irritado dizendo que não deveriam procurar o júbilo por ser expressão desregrada, uma calamidade.

Em todos os casos o santo homem convidava a cada um de seus interlocutores a abandonar suas intenções menos nobres (no seu modo de ver) e vir com ele a orar e vencer os maus pensamentos.

Quando morreu, acreditara que seu espírito seguiria direto para o Paraíso. No entanto, foi levada a região onde estavam sitiados assassinos.

Em pranto, quis saber a razão de ter sido levado àquela região, pois nunca fora homicida.

Foi-lhe então esclarecido que ele fora considerado assassino da coragem e da esperança de inúmeras pessoas.

O que poderemos trazer como ensinamento para nossas vidas?

É muito comum acreditarmos que temos respostas prontas e definitivas para o que nos ocorre e aos outros. Seja por experiências vividas anteriormente; por conhecimento acadêmico sobre vários assuntos e alguns em particular sobre os quais nos debruçamos em estudo e reflexões; ou simplesmente pelo que acreditamos por termos ouvido outras pessoas falarem sobre o assunto.

Quando procurados para oferecer sugestões ou conselhos, de pronto ocorre-nos uma resposta que entendemos verdadeira e inquestionável.

Há alguns pontos interessantes que devemos ter como referências para reflexão a respeito.

Importante termos em mente:

– por mais que saibamos sobre determinado assunto, não sabemos tudo e nem todas as circunstâncias que envolvem questões eventualmente apresentadas a nós;

– cada pessoa tem o seu próprio arcabouço de conhecimentos, valores, experiências, compromissos – intelectuais, emocionais ou espirituais;

– a forma de reagir, interagir e agir se faz distintamente em cada indivíduo;

– para cada pessoa, por suas características, resultados diferentes podem ocorrer mesmo a partir de ações semelhantes e em circunstâncias aparentemente iguais, pois somos individualidades como personagens em jornada de evolução.

Precisamos ser humildes ao oferecermos conselhos ou sugestões quando procurados por amigos, familiares, filhos, netos, companheiros de trabalho etc.

Podemos dizer-lhes sobre nossas experiências; resultados obtidos em determinadas situações, oferecendo nossos conhecimentos a respeito; dar-lhes subsídios que possam auxiliar em tomadas de decisão. No entanto, não deveremos determinar-lhes formas de agir como se fossem a única alternativa viável e eficaz para qualquer que seja a questão apresentada.

A imposição não é uma forma amorosa de lidarmos com situações, nem mesmo palavras que tenham características de constrangimento ou restrição à liberdade de expressão ou de decisão de alguém.

Estendendo nosso foco de reflexão, é importante ampliarmos nossos horizontes no que se refere à abrangência do nosso conhecimento; olhar sob novas perspectivas para o que nos ocorre; ter a humildade em reconhecer precisarmos de auxílio e amparo para enfrentar dificuldades com mais segurança; sabedoria (que se adquire com experiência, conhecimento, fé, esperança) para discernir entre várias alternativas que a vida nos oferece e tomar decisões mais acertadas para o nosso caminhar.

A história acima desperta-nos para uma realidade importante. Quando impomos a nossa verdade (mesmo que esta seja a melhor para nós naquele contexto) poderemos estar “matando” os sonhos e as esperanças de outrem.

Nenhum de nós detém a verdade absoluta. A cada um de nós a vida oferece situações diferentes (ainda que semelhantes) para que elaboremos alternativas e encontremos soluções de acordo com o nosso perfil (emocional, psicológico, intelectual e moral).

Somos seres caminhando juntos em uma jornada evolutiva e estamos sempre a compartilhar experiências, conhecimentos, ainda que de forma não consciente. Essa troca, ou compartilhar, deverá representar para nós um “upgrade” e não um “formatar” para instalação de uma nova condição. Precisamos aproveitar conhecimentos anteriores e alinhá-los com novos aprendizados, evoluindo a nossa forma de pensar e de agir.

Precisamos de sonhos e de esperanças, todos nós. São instrumentos que nos fazem buscar novos caminhos e novo caminhar, inaudito e não usual, pois quando nos mantemos no mesmo caminhar, cometendo os mesmos enganos, não abrimos novas oportunidades de ser e de realizar.

Aqui uma reflexão sobre sonhos:

Sonhos e vida

Por vezes buscamos os mesmos sonhos.

Mas sonhos não podem ser iguais, precisam de um detalhe que os identifique. Sonhos para serem realmente sonhos têm que trazer uma beleza especial, um toque a talvez emoldurar as imagens que ficaram em nossa memória.

A vida é assim, por vezes achamos que estamos vivenciando as mesmas experiências, mas isso não é verdade, pois a vida é criativa e emocionante e para ser emocionante tem de surgir algo novo, uma roupagem nova que lhe ofereça graça, inquietude e prazer.

Livro Reflexões da Alma II, Elda Evelina, Bookess Editora

Separador-Evange

Intensidade no Sentir, pensar e sonhar

Há um novo cantar de sons

Pelo mundo em que vivo.

Sinto as dores de muitos.

Ouço o cantar de corações.

São tantas as imagens

Que me cercam, que me envolvem.

Esqueço-me de outras

Que ficaram para trás.

As novas são novas e lindas

Por expressarem novos sentimentos.

As que já se foram são antigas,

Por isso ficaram para trás.

Não por não merecerem meu canto,

Mas por não expressarem mais

Meus sentimentos, sonhos ou amor.

Vejo o mundo mudar,

Explodir em inusitadas imagens,

Cores, luzes, sons, sonhos,

São nossos desejos que hoje outros,

Diferentes de antes, mesmo de ontem.

Pois queremos mais sentido.

Sentido no que somos,

No como sonhamos,

No que temos ou percebemos.

Valores que se vão e outros que vêm.

Conceitos antigos tornam-se idos,

Pois muitos são preconceitos.

Busco conceitos novos,

Valores de verdade

Que não se expressam pelo que valem.

Expressam-se pelo que são.

Assim sente o meu coração,

Minha mente também.

Pois não sou mais só

Sentir emocionalmente.

Sou razão, sou intelecto.

Com sentimento, com afeição.

Pois quero mudar o meu mundo.

Seja interior,

Seja onde vivemos todos nós.

Liberdade de pensar, de agir,

Com sensatez, com equilíbrio

De quem fez-se luz,

Fez-me bem, fez-se paz.

Paz de todos nós.

Aprendermos o que vale,

Aquilo que muda e não o que mantém.

Pois manter sem pensar,

Só no deixar-se ir,

Não promove a dinâmica

De vidas novas,

Mentes novas.

Conceitos, ideais.

Somos seres que buscam

A evolução, o despertar.

E para despertar,

Precisamos acordar.

Quero abrir meus horizontes,

Como véus a descortinar

Uma vida de esperança.

Esperança de esperançar.

Pois esperar não traz beleza,

Só é mesmo tristeza,

Sem consolo, sem movimento.

Preciso movimentar minh’Alma,

Deixar meu corpo deixar-se ir,

Nos sonhos e no despertar,

De mudanças,

Sejam em explosões,

Ou no meditar.

Irrequietos movimentos,

Ou simples desabrochar

De uma nova vida,

De brilhos

Que só acontecem

Quando a Alma está pronta.

A se descortinar

Para novos sonhos,

Novas ideias e ideais

Isto ocorre sabe como?

Quando aprendemos

A verdadeiramente Amar.

Amarmos a nós mesmos,

Valorizar nossos sonhos,

Amar quem está ao nosso lado,

Pois também fazem parte de nós.

Somos todos um

Neste Universo… ou multiverso.

Vivermos, aprendermos,

E deixarmo-nos seguir

Como um só Ser… melhor

Livro Reflexões da Alma II, Bookess Editora

  1. O Santo Desiludido, do livro Jesus no Lar, Neio Lúcio, Chico Xavier

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