Dia do Contador de Histórias – 20 de março

Posted por Elda Evelina em 21 mar 2015

Eu me lembro de quando a minha primeira neta era ainda pequena, bem pequeninha, e contávamos histórias para ela. Ela sempre adorou ouvir histórias… hoje ela lê muitas histórias, uma apaixonada por livros.

Pegávamos um livrinho com figuras, ou até mesmo uma revistinha, e procurávamos levar a ela o encantamento do que era vivido pelos personagens.

Depois que contávamos a história, ela pegava o livro e, olhando as figuras, criava a própria história, à sua maneira, demonstrando que havia acolhido o encantamento que tentáramos transmitir a ela.

Hoje, já grande, continua encantada por histórias, bem como as outras netas que vieram depois dela.

A história deve ser sempre envolvida por sentimentos, o contar histórias envolve as emoções do próprio contador que, antes de qualquer outra pessoa, deve ser um encantado para que possa ser um encantador.

Li certa vez um livro, de um país escandinavo, em que a autora contava de sempre seu avô acolher, à volta de si, netos e filhos para uma rodada de contação de contos. Todos deveriam participar, sempre colocando o seu próprio olhar e emoção ao transmitir o que lhe surgia à mente, em forma de narrativa.

Contava ela que isso foi de grande importância em seu desenvolvimento cultural, emocional e social.

Hoje muitos creem que as histórias devam ser contadas em filmes, com grandes efeitos visuais, sons estridentes, desenhos perfeitos esteticamente e outras características que acabam sendo tão-somente lantejoulas a fazerem brilhar os olhos.

No entanto, os contos devem tocar corações, devem vibrar as emoções de quem conta e de quem ouve.

Ao se contar uma história, o encantamento vem a partir das imagens que se formam em nossas mentes, nas mentes de quem as ouve. É fato que o contador só conseguirá sensibilizar a percepção de seus ouvintes se, em primeiro lugar, vier a criar em sua própria mente as imagens que dão vida à sua história, seu conto. Só assim sua contação terá vida e reverberará na mente e no coração das crianças, tenham elas 1 ou 100 anos de idade.

Deixo aqui o meu carinhoso encantamento pela arte daqueles que tomam uma história e fazem dela uma projeção de imagens, sons, emoções e encantamento nos corações de todos nós.