Posted por em 15 out 2014

Audio da palestra que foi proferida no Grupo Espírita Fraternidade GEAEF (mp3) – A grande viagem-Elda Evelina

Capa-A grande viagemMuito interessante a proposta da Casa, neste mês, estudo sobre algum livro infantil, que é o que vamos fazer hoje.

O livro infantil que escolhi foi A Grande Viagem, de Miriam Dusi, do Conselho Espírita Internacional.

O que nós fazemos nessa nossa jornada de evolução, de crescimento, ao longo de várias vidas encarnados – é uma Grande Viagem. É uma viagem nossa desde nossa condição primitiva em busca de uma condição angelical, de espíritos superiores. Esta grande viagem é composta de vários trechos.

Esta história refere-se a um trecho da vida do personagem.

Selecionei algumas das reflexões complementares oferecidas ao longo da explanação da história.

Óculos da Justiça – é fundamental que nós enxerguemos o que é correto e o que não é correto. Lendo este livro eu me lembrei da passagem do Evangelho que fala sobre o não julgar. Nós normalmente julgamos as pessoas e seus atos a partir da aparência. A partir do que nossos olhos vêm, sem nos preocuparmos com o que está por trás das ações das pessoas. Devemos tomar muito cuidado com o julgar. Precisamos buscar os Óculos da Justiça para que tenhamos realmente condições de conhecer o porquê dos acontecimentos, das atitudes das pessoas, para que tenhamos condições de avaliar as razões de alguém ser de uma forma ou de outra. (…)

Espelho da Consciência – É o olhar para si mesmo, buscar o autoconhecimento. Não podemos só buscar o conhecimento externo, precisamos conhecer a nós mesmos. Quando nós nos conhecemos passamos a ter uma ideia melhor do que somos capazes. Será que estou agindo bem? Será que estou agindo conforme, por exemplo, com o que Jesus nos pede? Será que as minhas ações estão corretas, ou estou me desviando do caminho? Quando descobrimos em nós algo que não está bem, nós temos condições de buscar a nossa transformação. (…)

Capacete da Esperança – Muitas vezes perdemos a esperança quando vemos o mundo conturbado, violência, dissabores, coisas que percebemos nos outros que não nos agrada, como também em nós mesmos que não nos agrada. De certa forma acabamos por perder a esperança. Não podemos perder a esperança, nunca!

Eu me lembro de Paulo Freire, nosso grande educador, quando ele disse que nós devemos sempre ter a esperança. Não a esperança do verbo esperar, porque o verbo esperar nos remete à ideia de ficarmos quietos aguardando que algo nos venha pronto. Devemos ter a esperança do verbo esperançar. Porque o verbo esperançar nos remete à esperança com atitude para buscar a solução, a transformação. É o agir para mudar o mundo.

O capacete da esperança é importantíssimo, nos dias de hoje então quando os nossos jovens estão perdendo a esperança. Nós estamos perdendo a esperança e estamos transmitindo a eles essa falta de esperança.  Precisamos tomar muito cuidado quando nós dizemos aos nossos jovens e às nossas crianças que não temos futuro. Que nada corre bem. Nós estamos transferindo aos nossos jovens – filhos e netos, por exemplo – a nossa desesperança.

Não é dizer que o mundo está ruim, é o que estamos fazendo para que o mundo se transforme em algo bom.

Capa da Coragem – É um recurso que nos protege de ações que tentariam nos impedir de construir um mundo melhor. Deverá ser usada junto com o Capacete da Esperança, pois precisamos de coragem para agir e tentar transformar o mundo. Se perdemos a esperança, nós perdemos a coragem.

Quando decidimos ter esperança, nós “vestimos o Capacete da Esperança”, esse movimento já nos remete a um ato de coragem, o de agir para buscar a transformação do mundo.

Guarda-Chuva da Bondade – Se queremos alcançar a proteção para seguir o nosso caminho precisamos deste acessório. Ele é sempre proporcional à bondade que temos em nossos corações.

Bandeira da Paz – As pessoas pensam que a paz nunca será alcançada. Depende de cada um de nós. Depende do nosso comportamento, do nosso comprometimento com o nosso caminhar, com os nossos objetivos. Podemos estar sentindo dores, enfrentando situações complicadas, mas isso não nos impede de ter paz em nossos corações. É essa paz que nos dá condição de vivenciar e superar qualquer que se apresente para nós.

Reflexão final

Nós temos uma responsabilidade muito grande como pais de proporcionar a educação, principalmente do Evangelho.

Lembrando um texto de o Evangelho dos Humildes, de Rigonatti, onde ele nos lembra da passagem em que Jesus disse: deixai venham a mim as criancinhas. A interpretação que Rigonatti nos oferece é como se Jesus estivesse dizendo: deixai que elas me conheçam, os meus ensinamentos, o que vim trazer sobre o amor.

Nós pais, avós, futuros pais e futuros avós devemos ter essa consciência, da nossa responsabilidade ao acolhermos sejam filhos biológicos ou filhos do coração, sobrinhos, pessoas pelas quais tenhamos afeto. Devemos deixar que eles sigam até Jesus. Porque só assim nós vamos nos transformar

Com Jesus será mais fácil usar a Chave da Paciência, a Lanterna da Verdade, os Óculos da Justiça, a Bússola do Bem, o Espelho da Consciência, o Relógio da Disciplina, o Capacete da Esperança, a Capa da Coragem, o Guarda-chuva da Bondade, a Fita da Fraternidade, o Cantil da Alegria, As Luvas da Caridade, a Luneta da Humildade, a Lupa do Amor e a Bandeira da Paz.

Só vamos conseguir tudo isso quando realmente buscarmos os ensinamentos do Mestre e tentar da melhor forma possível aplicá-los no nosso dia-a-dia.

Vamos nos lembrar do Capacete da Esperança. Não esperar que as coisas mudem, mas usar o verbo esperançar promovendo a transformação primeiro dentro de nós e depois buscar a transformação do mundo em que vivemos.

 

Decors-Evangelho-03

Aqui um pequeno relato sobre a história a que me referi. Importante procurar ler o livro.

Esta história conta a experiência de um garoto que está sendo preparado para reencarnação. Ele vivia em um lindo lugar chamado Recanto da Paz. Era um garoto muito alegre.

Há um diálogo entre ele – Beto – e sua professora – Ana – em que ela o orienta quanto à necessidade de ele fazer uma grande viagem, ir para o Planeta Terra.

Conta-nos a autora que o dia em que se dá essa história é um dia muito especial.

Ana lhe fala da importância dessa viagem e que a Terra é uma grande Escola e lá ele aprenderá muitas lições. Terá uma família que lhe dará muito amor, proteção e segurança.

É importante que ele saiba que será acompanhado por seus amigos do Recanto da Paz e que nunca estará sozinho. Além desses amigos, terá seus pais que serão seus novos educadores.

Para a viagem ele recebeu um presente – uma maleta muito especial –, nela havia alguns acessórios que seriam muito importantes para a sua viagem. Ana passou então a explicar cada um dos acessórios.

1 – Chave da Paciência – “saber esperar o momento certo para fazer o que precisa ser feito. Às vezes ficamos tão ansiosos que não percebemos que para abrirmos maletas, portas, mentes e corações precisamos da Chave da Paciência. Sem ela corremos o risco de nos precipitar e estragar a fechadura. Encontrar a chave certa exige paciência.”

2 – Lanterna da Verdade – “Conhecimento é luz. Lembre-se sempre de buscar a luz da verdade para melhor compreender o mundo e a Vida. A Lanterna da Verdade está em suas mãos e sempre deve ser acesa para que todos possam ver melhor, eliminando as sombras da ignorância.”

3 – Óculos da Justiça – “Muito bem! Os Óculos da Justiça são fundamental para que enxerguemos bem os fatos e não cometamos nenhuma injustiça. Nossa visão pode, em alguns momentos, embaçar e impedir que vejamos as coisas como elas realmente são. Para sermos justos precisamos conhecer as pessoas e os fatos com a maior clareza possível, sem julgamento precipitado.”

4 – Bússola do Bem – “A bússola nos ajuda quando estamos perdidos. O ponteiro aponta para o norte, que é onde queremos chegar. O nosso norte, o nosso objetivo, é o bem. Se usarmos a Bússola do Bem nunca nos perderemos no caminho.” (…) “Quem sabe onde quer chegar escolhe o melhor caminho e chega mais rápido ao objetivo.”

5 – Espelho da Consciência – “O autoconhecimento é fundamental para que possamos conhecer a Vida. É sempre importante conhecermos o que pensamos e o que sentimos, termos consciência de quem realmente somos. Isso fará com que vejamos as nossas virtudes e as nossas dificuldades que precisam ser superadas. Lembre-se sempre: o autoconhecimento permite o autoaprimoramento.” (…) “Cada um de nós tem o objetivo e ser melhor a cada dia. Conhecer a si mesmo permite melhorar pensamentos, sentimentos e ações que ainda não estão bons. É importante conhecer para melhorar.

– Entendi. Mas nem sempre é fácil olhar no espelho, né?

– Concordo com você. Mas aí vai uma dica: quanto mais tranquila a consciência, mas fácil é olhar no espelho. E sempre a nossa consciência fica tranquila quando procuramos fazer o bem da melhor forma que conseguimos.”

6 – Relógio da Disciplina – “Você está diante do seu maior tesouro: o tempo! Cada minuto da sua Vida é muito valioso… não vale a pena desperdiça-lo! O tempo merece respeito!

– Estou entendendo… por isso vou precisar de disciplina para usar bem o meu tempo, não é? Preciso me lembrar disso quando estiver reencarnado para aproveitar o meu tempo naquilo que realmente importa.

– Não se preocupe, Beto. Estaremos sempre ao seu lado para lembra-lo disso! O tempo é um tesouro que não se recupera. Uma vez perdido, está perdido, restando apenas o aprendizado de aproveitá-lo melhor nas oportunidades futuras!”

7 – Capacete da Esperança – “Paulo de Tarso, o grande apóstolo, já dizia isso. A esperança protege a nossa cabeça dos pensamentos tristes que existem no mundo.” (…) “Ter esperança é acreditar que tudo na Vida pode melhorar. Enquanto estivermos com o Capacete da Esperança, teremos coragem e perseverança para trabalhar pela melhoria do nosso mundo!

Dando uma breve pausa, a professora continuou:

– Lembre-se sempre de que uma grande obra precisa de bons construtores, e de que todo bom construtor necessita de um bom capacete. A grande obra é a melhoria do mundo, o bom construtor pode ser você, e o capacete… bem… este você já tem em sua cabeça!”

8 – Capa da Coragem – “E lembre-se de que essa capa é à prova de chuva de água, chuva de palavras, chuva de pensamentos e chuva de tudo o que possa tentar impedi-lo de chegar ao seu objetivo.” (…) “Encontrei algo que vai combinar com meu capacete!”

9 – Guarda-Chuva da Bondade – “Quanto maior a bondade, maior o guarda-chuva. Com coragem e bondade você poderá enfrentar as maiores tempestades.”

10 – Fita da Fraternidade – “Fraternidade é o sentimento bom que une as pessoas. Sempre que desejamos, de todo o nosso coração, a felicidade de um amigo, enviamos até ele a ponta da nossa fita. Os corações amigos são unidos por laços de Fita da Fraternidade.” (…) “Mas lembre-se: algumas pessoas ao invés de usarem a Fita da Fraternidade, usam as correntes do egoísmo, que prendem e entristecem corações. Os laços da fraternidade unem, embelezam e fortalecem a amizade existente. Faça bom uso da sua bela fita!”

11 – Cantil da Alegria – “A água é importante alimento para o corpo, assim como a alegria é importante alimento para o espírito. Nessa viagem você precisará estar “bem nutrido” de alegria para poder realizar tudo o que deseja. Quanto mais alegria, mais forte você estará!”

12 – Luvas da Caridade – “Fora da caridade não há salvação”! Vou mesmo precisar dessas luvas!

– E quanto mais você usar, melhor! – falou a professora. As mãos são preciosas ferramentas de trabalho e sempre devem ser usadas para o bem do próximo. As Luvas da Caridade são a garantia de que as ações são feitas com amor.

– Que tipo de ações? – perguntou Beto.

– Afagar um animalzinho, abraçar um amigo, levar um alimento a alguém faminto, levantar um colega, escrever uma bela história, costurar um agasalho para quem tem frio, cuidar de alguém doente e construir abrigos são algumas ações que podem ser realizadas com as Luvas da Caridade, dentre várias outras.”

13 – Luneta da Humildade – “- Tudo é tão lindo, tão perfeito. O Universo é tão grandioso, tão rico, tão belo, que me sinto uma simples criaturinha de Deus.

– De fato, Beto. Somos simples e pequenos diante da grandiosidade do Universo, mas somos imensamente amados pelo nosso Criador, Por isso é importante sempre pensarmos na Sabedoria infinita de Deus e exercitarmos a nossa humildade.

– Agora eu entendi por que se chama “A Luneta da Humildade”. – falou Beto enquanto olhava o novo acessório.” (…) “Deus é soberanamente justo e bom. Ele nos ofereceu o planeta Terra como nossa casa e, olhando o céu, podemos ver que outras casas existem pelo Universo. Como é bom observar a beleza das estrelas e imaginar a grandeza do Universo, reconhecendo, com humildade, a nossa posição de filhos muito amados de Deus.” (…)

“- A bondade de Deus pode ser vista nas grandes e nas pequenas coisas. Para isso você precisará do próximo acessório de viagem.”

14 – Lupa do Amor – “- Você viu, com a luneta, a imensidão do Céu. Mas você sabia que o amor divino poder ser visto na pequena semente que está debaixo da terra?” (…)

“Essa também é uma prova do amor de Deus. Precisamos aprender a ver o Seu amor nas pequenas coisas, por isso a necessidade da lupa. Assim como a terra às vezes esconde a semente que se transformará em flor, o coração das pessoas também, às vezes, esconde bons sentimentos que, um dia, serão transformados em belas ações. Usando a Lupa do Amor conseguiremos ver o que há de melhor no coração das pessoas e poderemos ajuda-las a florescer.”

15 – Bandeira da Paz – “Todos os espaços são dignos da paz: sua casa, a rua, a escola, os parques, enfim, todos os lugares. Algumas pessoas pensam que a paz jamais será alcançada, mas sabemos que ela existe nas pequenas e nas grandes ações.

Beto parou e, pensativo, perguntou à professora:

– Mas como poderei construir a paz em todos esses espaços”

– É simples. – respondeu Ana, amável.

– Se, no dia a dia, você utilizar todos os acessórios que estão na sua maleta, certamente você construirá um mundo de paz! Agora a Bandeira da Paz está, também, em suas mãos…”

Pergunta Belo a Ana como saberá o momento de usar cada um dos acessórios.

Responde ela que todos estarão sempre à disposição. Para cada situação um ou mais desses acessórios deverão ser utilizados.

Sentindo-se mais seguro, Beto faz uma última pergunta a Ana. Agora que ele já sabia da importância da maleta com seus acessórios, como ele poderia levá-la na viagem?

Responde Ana que em um lugar muito especial – o seu coração.

Acrescenta Ana que os amigos do Recanto da Paz estarão sempre com ele. Acrescenta que, no entanto, respeitarão o seu livre-arbítrio, terá sempre a liberdade de escolher seu próprio caminho. Ela estará aguardando por ele para conversarem sobre tudo o que Beto terá aprendido na Terra durante sua viagem.

Beto então, após algum tempo, nasceu na Terra em um lar onde receberia muito amor. Levava em seu coração a preciosa maleta.

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