Posted por em 21 ago 2010

Menino curiosoEra uma vez um garoto muito curioso que gostava de observar as coisas ao seu redor.

Quando ainda muito pequeno, ele olhava para si mesmo, observando suas mãos, seus dedos, as curvinhas que as dobras de sua pele faziam ao se mexer. Observava seus pés e achava muito engraçado quando os seus dedinhos se movimentavam. Dava boas e altas risadinhas.

Seu nome é Pedro Simão. É um nome muito adulto para se dar a uma criança tão pequena! Mas é verdade que ele vai crescer e será um adulto, então, acho que esse nome está de bom tamanho ficar assim mesmo. Veremos isso depois.

Pedrinho, como passou a ser chamado pelos pais, tios e avós, cresceu e continuou sendo um menino muito curioso. Agora não mais olhava tanto para suas mãos e seus pés. Seus olhos procuravam novos objetos para observar e suas mãos agora eram utilizadas para investigar o mundo à sua volta.

Quando sua mãe o levava para o quintal ou para o parque, ele gostava muito de ficar olhando alguns bichinhos que ficavam andando de lá para cá bem de pressinha, sua mãe lhe disse um dia que esses bichinhos se chamavam formigas. Ele percebeu que havia formigas diferentes, algumas bem grandes ou muito pequeninhas. Era muito engraçado observar as formigas e de vez em quando Pedrinho dava altas e boas risadinhas.

Ele além de curioso era um menino muito alegre. Dava para a gente perceber que ele era muito feliz.

Pedrinho continuou crescendo e sua curiosidade com relação às coisas e ao mundo crescia a cada minuto. Ele percebia que havia muita coisa para conhecer e aprender e ele gostava muito de aprender. Perguntava sobre tudo e queria respostas a todo tempo. Seus pais tinham que se esforçar muito para ter as respostas para oferecer a ele.

Isso era um estímulo aos pais que precisam aprender sempre mais sobre os assuntos que interessavam a Pedrinho e isso era muito bom. Eles aprendiam para depois ensinar ao filho tão querido.

Pedrinho, com o tempo, passou a ser chamado simplesmente de Pedro. Ele já estava começando a ficar grandinho e não poderia mais ser chamado de Pedrinho, isso era coisa para criança e ele não era mais uma criancinha, já se tornara um menino, quase um adolescente.

Na medida em que ele crescia de tamanho, sua curiosidade também aumentava. Já não bastava ele observar formiguinhas e outros bichinhos, ele queria conhecer outras coisas e o seu olhar agora não se dirigia mais a si mesmo ou para o que via no chão.

Seu olhar passou a ser para as coisas e as pessoas que estavam à sua frente, um olhar horizontal, dá para entender? Sabe quando você está de pé, sua cabeça não está inclinada nem para frente, nem para os lados? Pois é, quando a cabeça está assim nós olhamos para a frente e é a isso que podemos chamar de olhar horizontal, um olhar que se dirigido para bem longe, bem longe mesmo, poderá alcançar o horizonte.

Pedro então passou a ver as pessoas que estavam à sua volta. Começou a perceber que o mundo era muito mais do que ele mesmo. Ele observou que viver no mundo exigia convivência e saber conviver é uma arte que precisa ser aprendida para se viver feliz.

Não era só uma convivência com as pessoas, mas também com os animais, as plantas e tudo o mais que ele poderia ver com os olhos e sentir com as mãos. Tudo era parte desse mundo em que ele vivia.

Ele tentava aprender sobre essa arte, mas não era muito fácil, afinal de contas ele até aquele momento achava que o mundo existia para ele e agora precisava mudar o seu olhar e o seu sentir para abraçar outras coisas como fazendo parte do seu mundo.

Não poderia mais pensar que o mundo existia para ele, mas sim que era ele fazendo parte desse mundo. Era até muito bom perceber que ele, Pedro, fazia parte de algo muito grande e importante. Era uma forma diferente de ver as coisas e ele até que gostou disso, só precisaria se acostumar e aprender a ter um novo olhar. E de olhar ele entendia muito bem, desde muito pequenino, quando ainda o chamavam de Pedrinho.

À medida que ia crescendo seu olhar deixava de ser apenas horizontal, ele passou a olhar para cima e percebeu que existia algo mais do que aquelas formiguinhas e outros bichinhos no chão. Percebeu que havia muito mais do que o seu olhar horizontal poderia observar.

Ele viu o que chamamos de céu, que durante o dia poderia ser azul claro com algumas manchas brancas, as nuvens, de vários formatos, até mesmo de bichinhos. Já tentou encontrar bichinhos nas nuvens? É muito legal – carneirinhos, dragões, gatinhos -, por vezes podemos observar até mesmo algumas nuvens em forma de anjos.

Ao final da tarde, ao anoitecer, aquele azul começa a mudar e tudo vai tomando outras cores. Podemos observar o amarelo, o laranja, até mesmo o vermelho. O roxo também, mais claro, mais escuro, lilás, magenta. O sol vai se deitando no horizonte e toma um brilho forte, intenso, chega a machucar os olhos da gente de tanto brilho. Como algumas pessoas dizem às criancinhas, às vezes, o sol vai se deitar para dormir.

À noite o céu fica escuro, muito escuro. É de um azul tão escuro que às vezes parece preto. Surgem então pequenos pontos brilhantes, alguns chegam até a piscar ao nosso olhar. São as estrelas. Podem ser bem pequeninhas ou até mesmo um pouco maiores. Algumas brilham mais do que as outras.

É muito bom observar as estrelas e imaginar que elas formam alguns desenhos no céu escuro.

Ah! Quase me esqueci de dizer que faz companhia às estrelas a Lua. Dependendo do dia ela aparece como um disco ou mesmo uma bola. Branca, brilhante e linda, é a Lua Cheia. Em outros dias apenas como uma barriga sem o corpo, pode estar virada para um lado ou para o outro, é a Lua Minguante ou Lua Crescente. Há aquela que aparece só como um disco com um brilho em volta, é a Lua Nova.

O Pedro passou a observar e treinar o seu olhar para esse novo mundo que se mostrava para ele. Ficou maravilhado e quis aprender sobre tudo isso e percebeu que o mundo, antes para ele tão grande, era só um pontinho a mais nesse céu a que podemos chamar de Cosmos.

Cosmos é onde está o nosso mundo, a que chamamos Terra, e todas as estrelas e luas que há. A tudo isso e mais muitas coisas que nem sabemos existir chamamos de Universo.

E Pedro aprendeu que o Universo é maravilhoso e que muito há a aprender sobre ele.

Pedro aprendeu que o olhar não pode ser só para baixo, nem mesmo só horizontal. O olhar também não pode ser só para cima. Se deixamos que seja assim nosso olhar fica pequeno e não aprendemos muito sobre as coisas que nos cercam.

O nosso olhar precisa estar em todas as direções, e mais do que isso, precisa buscar o muito longe.

O nosso olhar e o nosso saber deve buscar ser o que o nosso coração pedir.

História do livro “Alegria do Natal e outras histórias”.

Um Comentário

  1. 25-8-2014

    Muito bem sintetizado, amiga! Afinal todos nós já fomos ou somos Pedro… Aprender para ensinar… me faz lembrar de Cora Coralina!

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