Diálogos de Jesus Ressuscitado com os apóstolos – No Mar de Tiberíades

Posted por em 19 jun 2017

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido na FEB Federação Espírita Brasileira, em 19-06-2017

Áudio do estudo (mp3) – Diálogos de Jesus – No Mar de Tiberíades

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Mar de Tiberíades, também chamado de mar da Galileia, ou lago de Genesaré.

É um extenso lago de água doce localizado no Distrito Norte de Israel. É o maior lago do país, seu comprimento atinge cerca de 19 quilômetros e largura máxima cerca de 13 km, sendo que sua área total abrange 166,7 km². No hebraico moderno conhecemos por  Yam Kinneret (pronúncia Yam Kinnéret). Tem como afluente principal o rio Jordão, originando-se no monte Hermón, vindo de Cesareia de Filipe. Segue depois para o Mar Morto.

Tiberíades é uma cidade ao norte de Israel. Seu nome tem origem no nome do imperador romano Tibério. É uma das cidades sagradas no judaísmo, junto com Jerusalém, Hebron e Safed.

Grande parte do ministério de Jesus ocorreu às margens do Mar de Tiberíades, Lago de Genesaré. Havia uma faixa de povoamentos à volta do lago e muito comércio e transporte por barco. Sabe-se que a Galileia era uma região mais pobre do que a Judeia.

Pedro, seu irmão André e os irmãos João e Tiago foram recrutados por Jesus às margens desse lago.

O Sermão da Montanha teve lugar numa colina com vista para o lago e muitos dos milagres de Jesus também se deram aqui: caminhada pela água, acalmar uma tempestade, alimentar cinco mil pessoas, por exemplo.

A passagem que tivemos como base para o presente estudo começa assim:

“Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.”(Jo 21:3)

Podemos  começar nossa reflexão a partir das palavras de Pedro: vou pescar. Acompanhado pelos demais quando dizem: Também nós vamos contigo.

Podemos interpretar como sendo a atitude para o trabalho apostólico. Algo como: vamos à divulgação dos ensinamentos do Mestre.

Não obstante terem tentado cumprir a missão, durante toda a noite, o resultado não foi profícuo.

O Mestre se lhes apresenta, sem ser reconhecido. Pergunta se teriam algo para comer, ao que respondem de forma negativa.

Sugere então Jesus que lancem a rede do lado direito do barco. Assim o fizeram e grande foi a quantidade de peixes colhidos com a rede, mesmo assim a rede se mantém íntegra.

Aqui podemos interpretar que, com obediência àquele que lhes oferecera um novo olhar para a proposta de trabalho, o resultado foi muito proveitoso, a ponto de exceder as expectativas iniciais. Naquele momento, o homem que lhe sugerira lançar a rede à direita é então identificado como sendo o Senhor.

Os peixes representariam os futuros discípulos de Jesus.

Quanto ao número de peixes colhidos – 153 como nos coloca João no seu evangelho –, há uma busca pela interpretação em o livro Da Manjedoura a Emaús, de Wesley Caldeira:

“Cento e cinquenta e três: valor somado das letras das palavras hebraicas  dggym gdwlym, utilizadas para a menção aos peixes.”

Seria correto se não fora o fato de a letra g ter sido duplicada, só assim corresponderia ao número 153. No entanto, a transliteração dos símbolos hebraicos para o alfabeto português seria dgym gdwlym, sem a letra g duplicada. O significado seria peixes grandes.

Em a Bíblia de Jerusalém encontramos que o número 153 é um número triangular (gênero bem conhecido na antiguidade). Significaria multidão, totalidade.

Para o fato de a rede não haver se rompido, poder-se-ia trazer o entendimento de coesão dos trabalhadores, para se alcançar o êxito na tarefa.

Em o texto Caminhos Retos, Emmanuel, por Chico Xavier, o autor remete ao texto evangélico: “E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.”Jo. 21:6

Podemos interpretar a referência “banda direita do barco” contrapondo-se ao lado esquerdo, pois que, para os judeus  o “esquerdo” refere-se a coisas impuras. Assim, lançar para o lado esquerdo do barco seria fazer escolhas indevidas, inadequadas.

Mais do que isso, a direita representa o atrituto de chessed (bondade) e a esquerda gueruvá (severidade). Assim, como há um regra geral de que a direita tem precedência na vida judaica, assim também, sempre que nos encontramos frente a uma situação onde é preciso decidir entre bondade ou severidade, a bondade tem prevalência sobre a severidade.

Ainda lembrando que o hebraico é escrito da direita para a esquerda, a Torá, por decorrência, foi escrita nesse mesmo sentido. Existe todo um significado simbólico desse movimento da direita para a esquerda.

Naquela oportunidade, Jesus estava falando para judeus e, por certo, os valores culturais precisariam ter seu valor intrínsico destacado. Como o Mestre veio trazer o amor, é de se considerar que a serenidade, a bondade,  deverão vir em primeiro lugar

Em sendo assim, temos que fazer as escolhas certas, corretas, puras, para fazermos uma “pescaria” eficaz – lançar a rede para o lado direito do barco.

Na história que analisamos têm-se como referência o trabalho de propagação do Evangelho, seus personagem são os apóstolos dos ensinamentos do Mestre.

Como ensinamento a ser acolhido, podemos trazer para o nosso dia-a-dia a mensagem e os significados oferecidos – buscarmos fazer as escolhas certas para nossas vidas e, para identificarmos as melhores opções à disposição, precisamos compreender  a missão a abraçar, os objetivos que queremos atingir, qual o público ao qual iremos nos dirigir e a melhor maneira para lançar a rede. Pescar com bons resultados depende da maneira como lançamos a rede, tendo como referência, também, qual o tipo de peixe que pretendemos pescar.

Menciona ainda Emmanuel, no mesmo texto: “Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário”. Nesta citação acrescentamos mais convicção à interpretação quanto ao terem lançado a rede do lado esquerdo do barco.

A todo momento estamos fazendo escolhas. Inúmeras opções ocorrem-nos todos os dias, a todo momento, não obstante muitas vezes não tenhamos consciência disso.

Ao longo desta caminhada que se inicia, muitas são as alternativas que se nos apresentam, inúmeras escolhas são oferecidas ao longo da jornada e impõe-se a nós a necessidade de promovermos escolhas.

Precisamos estar atentos às nossas escolhas, a forma como assumimos nossa missão, execução de nossos compromissos no dia a dia. Em cumprindo de forma acertada nosso trabalho, alcançaremos júbilo nos resultados estimados.

É muito importante que tenhamos um caminho a seguir, não podemos ficar à deriva. A escolha deste caminho depende de cada um de nós. É responsabilidade pessoal e intransferível. Precisamos saber escolher.

Atermo-nos aos ensinamentos do Mestre e buscar conexão com as Leis Divinas inscritas em nossa consciência. Desenvolvermos as virtudes que nos remeteriam ao reto caminho da elevação moral e espiritual.

Em o livro Aprender com o Mestre – Sobre o Amor, Elda Evelina, Bookess Editora

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