Posted por em 16 jun 2017

Aprender com o Mestre - Ilustração msg siteEstudo oferecido, em 16-06-2017, no Grupo Espírita Irmãos do Caminho, Jardim Botânico.

Áudio do estudo – Progresso Gradual

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Nossa jornada espiritual dá-se de forma progressiva e sem saltos. Um processo contínuo em que o tempo não é um fator importante, mas sim a bagagem que vamos agregando ao longo da caminhada.

Esse acervo a que nos referimos trata-se de valores espirituais e morais, como também intelectuais que nos permitem melhores condições de entendimento e compreensão dos nossos objetivos.

É ascensão contínua e inevitável. Independe de querermos ou não. Podemos dificultar a nossa marcha e por vezes até estacionarmos em alguns níveis. No entanto, o atingimento da meta é inevitável – alcançarmos a condição de espíritos puros em certo momento.

A dinâmica da marcha somos nós que desenvolvemos com nossas escolhas.

Enquanto alguns se satisfazem com um caminhar sem grandes expectativas e tão-somente reagem por impulsos oferecidos por fatores externos, há aqueles que anseiam sempre mais, impulsionados por vontades intrínsecas. Aspiram a novos conhecimentos e realizações. Investem na busca por novos horizontes e pela luz que ali se descortina a cada novo passo adiante.

A busca pelo progresso de forma ideal requer alguns cuidados importantes. Precisamos identificar qual meta queremos alcançar, saber o caminho a seguir, os instrumentos necessários para a tarefa e a melhor maneira de utilizar os recursos porventura conquistados pelo caminho – valores intelectuais e morais.

Não obstante serem necessários alguns bens materiais para o atingimento da meta, não são estes os valores essenciais ou mais importantes.

A meta a que nos referimos é a do progresso espiritual.  Os bens materiais serão tão-somente instrumentos que viabilizam algumas realizações. Recursos emprestados pela divina providência – bênçãos – à medida que se mostram necessários para as tarefas propostas ao longo do caminho.

Temos, ao longo da nossa jornada, muitas oportunidades de colher bênçãos sob as mais variadas formas e conceitos. Seja no agregar conhecimento, afeições, ou mesmo bens materiais.

Pode ser que você me pergunte nesse momento: Como reconhecer bens materiais como bênçãos?

Tudo que conseguimos acolher em nossas vidas são oportunidades abençoadas, pois são instrumentos de aperfeiçoamento e de trabalho no bem próprio e no daqueles com quem convivemos.

Estarmos atentos a esses recursos, à sua utilização em benefício do próximo, é parte integrante da busca pelo conhecer-se.

Um dos instrumentos fundamentais para o sucesso nesse caminhar é o autoconhecimento. A busca pelo conhecer-se é uma das alavancas mais importantes para o impulso do progredir. Proporciona recursos mais efetivos para escolhas mais adequadas. Nossa individualidade requer alternativas específicas e pontuais para que alcancemos mais efetividade nas nossas ações e realizações.

A efetividade é facilitadora para auto-aprimoramento e auto-iluminação. Como que afasta a sombra da indecisão, das decisões inconsequentes que geralmente acarretam sofrimento e mantêm a ignorância.

Com a sinceridade de propósitos e a determinação, vencemos obstáculos, afastamos dificuldades, descortinamos horizontes.

A chamada do Mestre no Pedi, buscai, batei leva-nos a um olhar de que não devemos nos satisfazer com o já alcançado – conhecimento, espiritualização do nosso Ser, valores morais e éticos. Pretendermos o avançar constante é uma proposta inequívoca.

Assumir conscientemente um caminho de progresso constante mais tranquilo deverá ser nossa jornada. Em contraponto pode-se afirmar que, quanto mais a resistência à dinâmica do desenvolvimento, seja moral, intelectual ou espiritual, maior será a dor proporcionada pela energia a ser despendida para o atingimento de qualquer meta.

Em a Lei do Progresso, Livro dos Espíritos encontramos:

  1. Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?

“Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.

O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Ele se instrui pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas ideias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações. Nessas comoções, o homem quase nunca percebe senão a desordem e a confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais. Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, a tempestade que saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente.”

  1. Qual o maior obstáculo ao progresso?

“O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual reduplica a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Curta, porém, é a duração desse estado de coisas, que mudará à proporção que o homem compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe maior e infinitamente mais duradoura.”

Cremos ser interessante trazer aqui uma interpretação (1) de passagem de o livro Apocalipse (ou Revelacão, último livro do Novo Testamento). O contexto é: João (apóstolo e evangelista, autor do livro em referência), fora arrebatado, em espírito, aos planos ou dimensões superiores da vida para que vivenciasse ali o que as consciências evoluídas promoviam a respeito do processo evolutivo do planeta Terra e seus habitantes.

Aquelas consciências não permanecem ociosas, trabalham constantemente na administração dos mundos.

Menciona o espírito Estêvão (1), ao interpretar a passagem, que se a Terra fosse colocada tão-só nas mãos do homem, com certeza já a teríamos destruído.

A misericórdia divina permite que irmãos mais experientes intervenham em oportunidades muito específicas para auxiliar o ser humano nas dificuldades em que vive.

As guerras, as bombas, as agressões à natureza e o clamor de milhares de vidas afetam a morada cósmica. O homem, com seus pensamentos e ações de violência e desequilíbrio promove cargas mentais tóxicas e quantidades expressivas de ectoplasma são lançadas na atmosfera psíquica do mundo, abalando estruturas do planeta.

Assim, é imprescindível uma ação saneadora geral, conduzida pelos responsáveis espirituais que orientam o destino da Terra. A limpeza psíquica e física do ambiente planetário faz-se premente e esta ação poderá promover uma mais intensa cota de dor e sofrimento, nas provações coletivas.

Precisamos, no entanto, compreender que este processo deflagrado é, tão-só, o prenúncio de um novo despertar da consciência do homem e o seu renascer para uma nova vida – o filho das estrelas.

Em a Lei Divina ou Natural, livro dos Espíritos, encontramos:

  1. Que se deve entender por lei natural?

“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.

Abrirmo-nos à autodescoberta, ao descortino de horizontes e disponibilidade ao novo acelera nosso processo evolutivo. Tal procedimento advém da compreensão da necessidade de mais significado em nossas vidas, não nos permitindo estacionar em patamares onde não mais encontramos satisfação nem intelectual, nem espiritual. A uma mente sadia e fecunda, imprescindíveis são os desafios que lhes permitam descortinar o infinito.

Somos seres espirituais tendo o corpo material como veículo de execução de tarefas e realizações em um mundo material.

Ao nosso verdadeiro Ser devem ser direcionadas todas as expectativas, aspirações e realizações. A elevação moral e espiritual desse Ser é que oportunizará o alcançar a felicidade, realizando a vontade do Pai.

Para este entendimento precisamos crer na imortalidade do Espírito. É com essa premissa que tudo o mais faz sentido, pois que decorre dessa verdade a compreensão de todas as Leis.

Precisamos conscientizar-nos de que temos um propósito, uma razão para existir e que, ao cumprirmos nosso propósito, teremos alcançado a graça do dever cumprido. Vale lembrar as palavras do apóstolo Paulo quando disse: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé.” (II Timóteo 4:7)

As dificuldades e as experiências são instrumentos para novas oportunidades que nos serão oferecidas no processo da evolução espiritual.

O nosso progresso é instrumento de fortalecimento. Proporciona a consciência, a confiança de que novas oportunidades virão e de que haverá planos para novos caminhos e novo aprendizado visando sempre o nosso progresso, a nossa evolução.

Importante termos consciência de o Pai saber o que é melhor para todos nós. As dificuldades, dores, limitações, enfim, aquilo que por vezes nos traz o sofrimento, são processos de aprendizado e de provas para nos observarmos e percebermos o quanto já conseguimos internalizar dos ensinamentos maiores em nossas vidas, o quanto já identificamos das Leis Divinas que estão inscritas em nós mesmos.

Vale lembrar que o sofrimento, na realidade, é o resultado da nossa resistência em acolher fraternalmente esses exercícios e não reconhecê-los como ensinamentos e oportunidades para o despertamento para a luz e o amor.

(1) Apocalipse, livro escrito por Estêvão (nome escolhido pelo Espírito em razão da admiração por Estêvão, personagem importante na história de Paulo de Tarso, antes Saulo – livro Atos dos Apóstolos, no NT. Também no livro Paulo e Estêvão, de Emmanuel, por Chico Xavier), através do médium Robson Pinheiro.

Em o livro Aprender com o Mestre, Sobre o Amor, Elda Evelina, Bookess Editora

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